“Até na doença a gente precisa de saúde”
Publicidade


Por: DIÁRIO DA MANHÃ, Publicado em: quinta, 03 de fevereiro de 2022
  • A importância do esporte no enfrentamento de uma doença grave
  • A diferença do exercício físico em pacientes com câncer e diabetes
  • 04/02 – Dia Mundial de Combate ao Câncer

Há 12 anos, quando teve o diagnóstico de diabetes Tipo 1, a mineira Lívia Moreira Nonato, formada em Engenharia Eletrônica e mestranda na área de Inteligência Artificial, era ex-fumante e sedentária. Foi com a descoberta do diabetes que ela teve o impulso para iniciar uma atividade física. “Não foi fácil receber um diagnóstico como esse, porque é uma questão que você vai ter que lidar para o resto da sua vida, já que não tem cura, por enquanto. Ali percebi que eu precisava mudar meu estilo de vida”.

 

Livia escolheu a corrida e, com o tempo, foi se apaixonando pelo esporte. Sua primeira maratona foi em 2014, em Buenos Aires, e de lá pra cá já colocou seu tênis pra correr nos asfaltos de Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.  

No começo de 2021, Lívia recebeu um novo diagnóstico, o de câncer renal. Passou por duas cirurgias e radioterapia. “Quando eu achei que o diabetes tinha sido a pior notícia que eu recebi na minha vida, confesso que o diagnóstico do câncer me assustou muito”, conta a engenheira.

 

Os desafios não pararam por aí. Após realizar exames de rotina, Livia descobriu recentemente um tumor maligno na mama. Atualmente, ela está em tratamento.

“O diabetes nunca me limitou a fazer o que eu gosto, já o tratamento contra o câncer é bem diferente. É difícil fazer o tratamento e manter uma boa glicemia. Confesso que tem sido um grande desafio para mim”.

 

Contar com um grupo de apoio fez toda a diferença no enfrentamento do câncer. Na época que teve o primeiro tumor, Livia já fazia parte do Instituto Correndo Pelo Diabetes (CPD), organização sem fins lucrativos, que tem como objetivo promover a saúde integral e qualidade de vida das pessoas com diabetes e outras doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), por meio do exercício físico, inclusão e garantia de direitos.

 

Bruno Helman, Emerson Bisan, Flávio Doce, Hugo Almeida, Letícia Glerian, todos do CPD, são algumas das pessoas que inspiram Lívia. “É muito importante para a gente não se sentir sozinha neste momento, pois não conseguimos vencer os desafios sem a ajuda de outras pessoas. O Correndo pelo Diabetes é essencial para mim”, comenta.

 

Livia conta que em 2021, durante uma prova em Minas Gerais, Bruno Helman, fundador do CPD, saiu de São Paulo e foi correr com ela. “Fazia uma semana que eu tinha realizado uma das sessões de quimioterapia, inclusive foi a mais difícil. Corri 5 km e aquilo representou muito mais que uma maratona, uma ultramaratona, porque representou a vontade de correr, de estar viva e não desistir. Guardo essa corrida no meio coração, ela foi um marco na minha vida”, conta a atleta.

 

A engenheira eletrônica não parou, continua treinando dentro das limitações impostas pelo câncer. Todas essas experiências mostraram a ela que para ser um grande atleta não é necessário fazer uma maratona, longas distâncias. “Ser atleta é respeitar seus limites, sua realidade e continuar no esporte diante de tantos desafios”.

 

O esporte mudou a minha vida - Com a descoberta do diabetes, Livia mudou seus hábitos de vida, foi para o esporte e hoje se diz uma apaixonada pela corrida. “Se eu pudesse dar um conselho para as pessoas seria: Pratique Atividade Física! Seja ela qual for, vai além da questão corporal e estética, o esporte contribui para o emocional também. A maratona que fiz no passado me ajuda hoje no tratamento, me mostra como a gente é capaz e como a cabeça comanda tudo, o coração manda, a vontade de querer viver só cresce”.

 

No tratamento do câncer de mama que está fazendo no momento, Lívia conta que é perceptível a diferença na sua recuperação em relação a outras pessoas que não praticam atividade física. “É fantástica, os médicos costumam até brincar dizendo que eu sou fora da curva”.

 

E para terminar essa história repleta de força, coragem e amor pela vida, Lívia deixa uma mensagem para quem está passando por algum momento desafiador:

 

“Quando a gente recebe o diagnóstico de uma doença grave, é difícil de aceitar, mas a gente precisa aprender a respeitar esse processo. Querer fingir que está tudo bem, acaba pesando no tratamento. Em todos os meus diagnósticos, no começo eu esperneei, chorei, perguntei por que comigo, mas segui em frente. Portanto, meu conselho é: faça atividade física, porque até na doença a gente precisa de saúde. E procure um grupo de apoio, como o Correndo Pelo Diabetes, porque ajuda muito saber que não estamos sozinhos nessa luta”, finaliza.

 

Lívia...obrigada por seguir em frente. E quando fizer a próxima maratona, avisa!

 

Sobre o Instituto Correndo pelo Diabetes

O Instituto Correndo pelo Diabetes (CPD) é uma organização sem fins lucrativos, que tem como objetivo promover a saúde integral e qualidade de vida das pessoas com diabetes e outras doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), por meio do exercício físico, inclusão e garantia de direitos. Desde 2018, recebe o apoio da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e atualmente faz parte das ações do Departamento de Diabetes, Esporte e Exercício da SBD.

 

Serviço:

https://correndopelodiabetes.com/

https://instagram.com/correndopelodiabetes

 


Publicidade

Comentários

Os comentários abaixo não representam a opinião do Diario da Manhã; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Qual sua opinião?
Você precisa estar logado para comentar! Clique aqui para Login




Publicidade



Leia também


DM Impresso