O Divino Festejo marca uma das maiores datas da secular religiosidade maranhense
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Por: DIÁRIO DA MANHÃ, Publicado em: sexta, 19 de maio de 2023

A Festa do Divino Espírito Santo é um dos maiores momentos  que fazem parte da Cultura Popular do Maranhão, destacando-se como um dos mais importantes, por sua imensa difusão e pelo impacto espiritual que tem sobre a população devota. Sabemos que, hoje, existem dezenas de festas do Divino espalhadas por todo o Estado, levando adiante uma tradição viva e dinâmica, em que se destaca a beleza das vestes e do repertório musical. Sempre é realizada no mês de maio ou junho, terminando no Domingo de Pentecostes, sendo que desde o Sábado de Aleluia, os festeiros começam a se preparar para o grande dia em que o imperador recepciona seus convidados com um almoço e farta mesa de doce.

Reza a tradição que teve sua origem em Portugal, com a construção da Igreja do Espírito Santo, em Alenquer, no séc. 18, por ordem da rainha Dona Isabel, e que o festejo chegou ao Brasil com os colonizadores. Ficou no senso comum que toda a Festa do Divino gira em torno de um grupo de crianças, chamado império. Essas crianças são vestidas com trajes de nobres e tratadas como tais durante os dias principais, com todas as regalias. O império se estrutura de acordo com uma hierarquia no topo da qual estão o imperador e a  imperatriz, abaixo do qual ficam o mordomo-régio e a mordoma-régia, que por sua vez estão acima do mordomo-mor e da mordoma-mor.

A relevância cultural começou ontem (17), em Alcântara, cerca de 90 km de São Luís. Estudiosos dão conta que “Rica em significados e religiosidade, a manifestação cultural é uma experiência de resistência e força da comunidade”. A programação teve início com a chegada dos mordomos e músicos ao Porto do Jacaré, às 7h30 min. Às 9h, ocorreu o hasteamento da Bandeira do Divino e o toque do Hino Nacional; e às 15h, o levantamento do mastro do Imperador, neste ano,  João Carlos Cantanhede. A partir de então, a Festa do Divino está oficialmente iniciada e só terminará no dia 29 de maio, com a entrega dos postos aos novos mordomos e mordomas. Os 12 dias de festa contarão com missas, hasteamento de mastros, ladainhas, alvoradas das caixeiras e cortejos que percorrem ruas, ladeiras, becos e casa dos moradores do município.

Na Casa das Minas, o terreiro mais antigo de matriz africana (a segunda é a Casa de Nagô), na Rua São Pantaleão, em São Luís, o Divino Espírito Santo também é guardado com a sua pompa de uma das maiores datas do calendário maranhense. Prosseguirá até o dia 29 de maio, com todo o esplendor que lhe é peculiar!

Como no samba-de-enredo A Festa do Divino, da Mocidade Independente de Padre Miguel (RJ), no carnaval carioca de 1974: “Delira meu povo/Nesse festejo colossal/Vindo de terra distante/Tornou-se importante, tradicional/Bate tambor, toca viola/A Bandeira do Divino vem pedir a sua esmola/Um badalar do sino anuncia/A coroação do menino/Batuqueiro, violeiro e cantador/Alegram o cortejo do pequeno imperador/Leiloeiro faz graça com a prenda na mão/A banda toca com animação!(…)”


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