Como se inserida no contexto da música de maior sucesso do cantor sertanejo Leonardo, Entre Tapas e Beijos, logo no seu início “Entre tapas e beijos / É ódio, é desejo / É sonho, é ternura”!, São Luís foi elogiada e deplorada ao mesmo tempo por visitantes encontrados na manhã de domingo passado, no Coreto da Praça Benedito Leite, na Feirinha da Prefeitura, onde o jornalista, poeta e prosador Herbert de Jesus Santos fazia relançamento dos seus derradeiros cinco livros publicados. Eles foram “descobertos” pelo olhar experimentado do professor, guia de Turismo e poliglota (fala fluentemente seis idiomas) Simão Cireneu Ramos.

Centro Histórico de São Luís: bem-dito e malvisto por visitantes de todas as partes do Brasil – Foto: Júnior Foicinhas
Roberto Moura, paulista de São Bernardo, de 75 anos, aposentado de empresa privada, começou alertando da sua visão de muitos prédios coloniais abandonados entre os conservados, ruas esburacadas e calçadas quebradas. Falou, com conhecimento de causa e de viajante: “As cidades históricas de Minas Gerais são muito bem-conservadas! Parece que falta mais zelo dos gestores pelo patrimônio histórico da bela cidade de vocês!”

Turistas catarinenses destacaram as belezas e as feiuras da Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade – Foto: Divulgação
Turistas originados do Balneário Camboriú (município turístico de Santa Catarina), que preferiram o anonimato a se identificarem, também elogiaram a grandeza do Centro Histórico de São Luís, ao tempo em que realçaram a existência de uma grande quantidade de casarões em estado avançado de ruína, ou prestes a desabar e em estado de abandono. Sabiam do que estavam falando, pois a terra deles ostenta a fama de potencialidade turística: “É uma pena observarmos essa situação lastimável no Centro Histórico de São Luís, que é um exemplo excepcional de cidade colonial portuguesa adaptada às condições climáticas da América do Sul equatorial!”.
O Patrimônio Histórico— A Capital do Maranhão foi tombada pelo Iphan em 1974 e inscrita como Patrimônio Mundial em 6 dezembro de 1997, pela Unesco. Nesse cenário urbano e arquitetônico prevalecem os vínculos entre os elementos materiais e imateriais, caracterizados pelo meio físico e a vivência cultural, que se manifestam em festas e folguedos como o bumba-meu-boi e o tambor de crioula.

Madson, Mário Henrique, Herbert, Haroldo Prado e Ribamar Cordeiro, no Coreto da Galeria Trapiche – Foto: Divulgação
Saldo positivo no relançamento de livros — Por outro lado, como consequência ou resultado de um acontecimento, fruto, efeito, o novo relançamento de meus livros, na Feirinha de São Luís, precisamente no Coreto da Praça Benedito Leite, foi considerado com saldo positivo, entrando na contagem a presença de amigos que não se viam há um bom tempo. Foram novamente relançados os títulos: Antes que Derramem a Lua Cheia (crônicas), A Segunda Chance de Eurides (novela), São Luís em PreAmar (poemas), Serventia e os Outros da Patota (contos) e Peru na Missa do Galo (contos de Natal). Estiveram presentes ao acontecimento literário, Haroldo Prado (ex-jogador do Sampaio Corrêa e Moto Club, em São Luís, e Paissandu e Clube do Remo, em Belém (PA), atacante que marcou época nos times em que passou), Ribamar Cordeiro (artista visual e chargista de mão-cheia, colega de Prado, na Escola Técnica Federal do Maranhão, e de Herbert na UFMA e no Jornal de Hoje), Madson Martins (funcionário aposentado de empresa do Porto do Itaqui), que se fazia acompanhar do seu sobrinho Mário Henrique Pinheiro Martins, professor e gestor em colégios do ensino público em São Luís). Não deixaram de prestigiar o escritor calejado em pugnar pela publicação das suas obras (12 editadas e oito no ineditismo): O jornalista Célio Sérgio (editor do jornal O Imparcial), e o advogado Francisco Soares Reis e sua esposa, poetisa e professora Fátima Reis, e Luís Almeida, empresário no Centro Histórico de São Luís.