Pesca artesanal da Tainha impulsiona a economia entre pescadores de Itapoá SC
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Por: DIÁRIO DA MANHÃ, Publicado em: segunda, 26 de junho de 2023

Em todo o Litoral de Santa Catarina os ranchos de pesca já estão movimentados para a safra artesanal da tainha 2023.        

Conversei com pescadores da família Miranda, que há cinco gerações praticam a pesca artesanal em Itapoá SC.       O destaque desta numerosa família é o pescador João Conceição de Miranda nascido em 1937 e completou quinta feira 86 anos, pai de 18 filhos dos quais 11 ainda vivos e a maioria pratica a atividade de pesca.  Segundo ele teve uma trajetória de vida muito boa e se considera um homem feliz.  Fez questão de lembrar da sua amada esposa vó América, nome que segue estampado no seu barco de pesca.  

 

Pescador João Conceição de Miranda, 86 anos.

 

A pesca da tainha vive um momento bastante sensível. Estudo da Oceana mostrou que os estoques da espécie nas regiões Sul e Sudeste do Brasil estão abaixo do esperado, enquanto a captura de cardumes tem ficado, nos últimos anos, acima da capacidade de reposição da espécie o que levou as autoridades a proibirem em 2023 a pesca industrial da Tainha na região, autorizando apenas a pesca artesanal.      

Ao ser perguntado quando temporada de pesca da tainha começou em Itapoá?  Respondeu: “todo ano é a partir do dia 15 de maio para os pescadores artesanais, porém os cardumes chegaram com atraso este ano”. 

 

Filhas do pescador limpando a tainha para o almoço

 

 

    A Tainha aparece em trechos de rios cuja foz fica perto do mar e a água doce se mistura à salgada, os chamados estuários. A tainha se alimenta sobretudo de restos das camadas subaquáticas e de algas. Esta espécie vive em águas costeiras, sobre fundos de lodo, e é frequente entrar em estuários e lagunas litorais. Encontra-se no Atlântico Este, desde a Islândia e Escandinávia até ao Senegal, Cabo Verde, no Mar Mediterrâneo e na zona Sudoeste do Mar Negro.  

 

 

Tainha com ovas limpas ainda na praia


 

 

Fui informado pelos pescadores da família Miranda que o preço da Tainha depende da quantidade comercializada, grandes quantidades variam de R$ 7,00 a 12,00 e uma peça custa em torno de R$ 20,00, enquanto o cação, outro líder de vendas, custa em torno de R$ 15,00 o quilo. Perguntei ao pescador se a qualidade está dentro do esperado, ele respondeu:

 “considerando que geralmente alcançam um comprimento de 60 cm e um peso de até 4 quilogramas, a maioria deste ano estão com 40 cm e um peso médio de 2,8 quilogramas, mas, podem alcançar 100 cm e viver por até 16 anos”

 

Desembarque de tainha na terceira pedra em Itapoá SC


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Depois de me contar como na sua infância sua mãe fazia uma tainha enrolada na folha de bananeira, temperada com sal e com as ovas espalhadas por cima na brasa forte e como esse era um dia especial, pois relatou que naquelas épocas tudo era muito escasso”.  

A tainha está muito ligada à nossa cultura e à nossa história, não tem como não a mencionar.  Para evitar qualquer sabor estranho, costumo indicar aos clientes uma marinada em suco de laranja ou limão, isto garante uma suavização, qualquer o gosto forte vai desaparecer, claro para quem prefere – destaca Miranda. 


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