A expectativa é que cerca de 10 mil pessoas e mais de três dezenas de grupos de Bumba-Meu-Boi irão participar da tradicional Festa de São Pedro, santo padroeiro dos pescadores. A visita das agremiações ao Largo do bairro da Madre Deus ocorre desde a noite desta sexta-feira (28), e promete atravessar a madrugada, prosseguindo ao longo de todo o sábado (29). No dia 30 é vez do bairro do João Paulo fazer a festa do folclore. Então de hoje a domingo, o endereço da cultura popular do Maranhão, tendo à frente o Bumba-Meu-Boi patrimônio cultural brasileiro, é sem sombras de dúvidas, as duas festas que marcam os últimos dois dias dos festejos juninos em São Luís.

Na manhã do sábado (29) às 9h30, com sol a pino ou com chuva a visão das embarcações singrando o rio Anil é prazerosa para quem se aventura acompanhar também da Avenida Beira-Mar a procissão marítima dedicada a São Pedro, que neste ano tem como tema “Pedro, ouve a oração: com vossas chaves, abre-nos a porta dos Céus”.

Alguns fiéis se aglomeram ao longo da avenida ou nos baluartes de São Cosme e Damião, e ainda no cais da Rampa Campos Melo, enquanto que outros degustam uma cervejinha gelada nos bares, ali perto, na rua do Trapiche, ou nos arredores do bairro da Praia Grande. Depois do passeio da imagem do santo pelas águas do Anil, as embarcações seguem em direção ao rio Bacanga, até que a imagem do santo São Pedro chegue em terra firme. Daí a procissão se torna terrestre, sai da rampa Campos Melo, em direção a Capela de São Pedro, na Madre Deus, sob o estrépito dos foguetes. No interior da capela, cenas de fervor religioso são encontradas. Aos poucos, a multidão se dispersa e a animação ainda continua nas barracas de palha montadas no adro da capela de São Pedro.

São Marçal

No domingo, dia 30 de junho, a animação retorna no bairro do João Paulo, em homenagem a São Marçal. Ali, a concentração acontece desde cedo e atravessa o dia. Sob um calor abrasador, desfilam pela avenida que agora já tem o nome do santo festejado dos Bumba-Bois da Ilha, as agremiações folclóricas: Maracanã, Iguaíba, Pindoba, Maioba, São José de Ribamar, Madre Deus, Bairro de Fátima, Matinha, Itapera, Juçatuba dentre outros. A grande concentração de pessoas no João Paulo é impressionante, o que denuncia o grau de envolvimento da comunidade com os bois da Ilha, no sotaque de matraca.

O som das matracas e dos pandeirões é ensurdecedor, a agitação toma conta da multidão, o colorido das indumentárias confere um brilho especial ao ambiente, as índias desfilam sua beleza, as toadas atravessam as avenidas e as ruas paralelas e os chapéus de palha da assistência se espalham pelo cenário. O sol, quando inclemente, aviva o colorido dos couros do Boi, embora uma chuva inesperada possa comparecer a qualquer hora nessa grandiosa celebração da maior manifestação cultural popular do Maranhão, que mais uma vez mantém a tradição popular bastante acesa.

Uma tradição mantida no bairro do João Paulo – Foto: Arquivo JP Turismo