Festa de São José em Guimarães reúne fiéis no Litoral Ocidental do Maranhão
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Por: DIÁRIO DA MANHÃ, Publicado em: sexta, 13 de setembro de 2024

A cidade de Guimarães, situada no litoral ocidental do Maranhão, mais uma vez se mostrou ser um grande atrativo entre os destinos que compreendem o extenso litoral maranhense, litoral esse ainda pouco explorado pelo turismo, mas que se apresenta como uma fonte inesgotável de atrativos entre dezenas de destinos ali fincados. A festa de São José, padroeiro de Guimarães, reuniu fiéis e visitantes em um grande evento religioso e cultural que agitou ruas, bairros e a baía de Cumã, com uma autêntica e marcante procissão.

O barco com a imagem de São José lidera a procissão, seguida de vários outros com devotos que cantam ao som da banda – Foto: Iago Azevedo

O barco com a imagem de São José lidera a procissão, seguida de vários outros com devotos que cantam ao som da banda – Foto: Iago Azevedo

O mês de setembro deixou a cidade ainda mais movimentada, pois toda a população se envolveu no evento, caracterizado como o mais importante do calendário de festas do município. Do dia 1º ao dia 10 de setembro, os vimarenses prestaram inúmeras homenagens ao santo São José. Foram procissões, missas ao ar livre e uma intensa programação cultural e religiosa, neste ano de 2024, marcado pela restauração da imagem de São José, realizada pelo conceituado artista plástico Sereno que constatou, durante o processo, que a peça, toda esculpida em cedro libanês, tem cerca de 260 anos.

História da festa

Igreja de São José, na praça da matriz – Foto: Iago Azevedo

Igreja de São José, na praça da matriz – Foto: Iago Azevedo

A festa de São José existe há muito tempo, mas em 1935, o Monsenhor Estrela reorganizou o festejo. Vimarense nascido em Coroatá, ele era o vigário de Guimarães na época. Além de compor o Hino Ave São José, que até hoje é o principal hino de louvor ao Santo Padroeiro, ele introduziu a procissão marítima, com um percurso que saía do Porto de Guarapiranga, passava pela Baía de Cumã, indo até São João de Corte e voltava seguindo a procissão terrestre. Hoje, a procissão sai desse antigo Porto de Guarapiranga, cuja avenida foi recentemente pavimentada com bloquetes, na gestão do prefeito Osvaldo Gomes, e vai até o atual porto da cidade, onde fica o trapiche, ponto preferido para observação da revoada de guarás no final da tarde.

Foram 10 dias de uma festa mobilizando a população na expressão de fé por seu santo padroeiro. A festa se concentra no Largo de São José, na praça ao lado da Igreja Matriz, onde ficam as barracas do Concurso, onde há venda de doces, comidas típicas, leilões, bingos e sorteios. Uma das principais atrações é o concurso Rainha da Festa de São José. O título vai para quem conseguir captar mais recursos com a venda de produtos nas barracas, que serão investidos em obras de manutenção da igreja. As candidatas, a cada ano, escolhem um tema para representar, como pedras preciosas, cores do arco íris, times, dentre outros. A disputa é sempre acirrada e movimenta as famílias.

A imagem de São José tem 260 anos, padroeiro de Guimarães, toda esculpida em cedro libanês – Foto: Iago Azevedo

A imagem de São José tem 260 anos, padroeiro de Guimarães, toda esculpida em cedro libanês – Foto: Iago Azevedo

Este ano, as equipes foram nomeadas de Amizade e Fraternidade. No último dia, os seis representantes das equipes, adultos, jovens e crianças, desfilaram vestidos a rigor, sob a torcida animada da plateia. A Festa de São José em Guimarães é, hoje, um grande evento do turismo religioso, atraindo pessoas de vários municípios do litoral ocidental maranhense.

É possível afirmar que a devoção dos vimarenses a São José existe desde antes da própria fundação da cidade de Guimarães. O dono da Fazenda Guarapiranga, núcleo que deu origem à cidade, era devoto de São José. Para evitar a viagem até Alcântara para assistir missas, ele pediu ao bispo da época que ali fosse construída uma capela. Em 19 de janeiro de 1758, a Vila recebe, oficialmente, o nome de Vila de São José de Guimarães do Cumã, consagrando São José como o padroeiro das terras banhadas pela Baía de Cumã, ao norte do Maranhão.

Atrativos turísticos

A imagem de Nossa Senhora é colocada ao lado de São José – Foto: Iago Azevedo

A imagem de Nossa Senhora é colocada ao lado de São José – Foto: Iago Azevedo

Em conversa com o JP Turismo, o prefeito de Guimarães, Osvaldo Gomes revelou que as praias de Guimarães, que considera um espetáculo à parte, eram, realmente, um tanto isoladas, até haver a inauguração da Ponte Central-Bequimão, em março de 2022, sobre o Rio Pericumã (MA-211), com o turismo ganhando uma força propulsora considerável, porquanto o percurso da viagem entre Guimarães e Cujupe (Terminal Ferry-Boat) foi reduzido para 107 km. “Agora, Guajerutiua, Itapiranga, Recreio (a que mais concentra turistas o ano inteiro) e Praia de Araoca (Arara), banhada pela Baía de Cumã (onde repousa o corpo do excelso poeta Gonçalves Dias), se oferecem com mais atrativos para visitantes brasileiros e estrangeiros, com exigência de praias bonitas e limpas!” — comentou. Foi nas águas do baixio de Atins que o navio Ville de Boulogne naufragou, em 1864, levando à morte, por afogamento, o maior poeta maranhense, Gonçalves Dias, que vinha com a saúde debilitada. O fato é comprovado com um pedaço do navio exposto no Museu Histórico e Artístico da cidade.

 

Uma cidade povoada de histórias — A colonização portuguesa do município começou no final do séc. 16, quando a Coroa portuguesa construiu um forte na Baía de Cumã para vigiar a movimentação de franceses rumo a Alcântara ou São Luís, durante as disputas entre portugueses e franceses. As terras que antes integravam o atual município de Guimarães eram ocupadas por Tupinambás, com destaque para a aldeia de Guarapiranga. Quando os franceses ocuparam a região para fundar a sua França Equinocial, receberam o apoio dos Tupinambás, porém, com sua derrota, os indígenas foram massacrados pelos lusitanos. Os remanescentes foram aldeados em um núcleo populacional dentro de uma sesmaria concedida a colonos portugueses e que acabaria sendo conhecida como Fazenda Guarapiranga.

Texto: Maria Cláudia Baima e Gutemberg Bogéa

Fonte: https://jpturismo.com.br/festa-de-sao-jose-em-guimaraes-reune-fieis-no-litoral-ocidental-do-maranhao/


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